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¯`*·.¸¸♥ღ°Quem é essa que me olha de tão longe, com olhos que foram meus?(Retrato antigo - Helena Kolody) ¯`*·.¸¸♥ღ° Quem é essa que me vê do lado de lá quando eu dela preciso cá? Quem é essa que está em mim e eu nela em hora sem fim? Quem é essa, quem sou eu?De tanta pressa o vento a levou...Fiquei eu Olho no olho O meu no seu Num retrato antigo Num estar comigo Num olhar só meu. (Janice Persuhn)¯`*·.¸¸♥ღ° De retralho em retalho tiram pedaços de mim de espaço a espaço costuram os vazios de mim de palavra a palavra descobrem eu sou mesmo assim. (Autópsia) ¯`*·.¸¸♥

PrOfeSsOrA WiLma NuNeS RaNgEl

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quarta-feira, 13 de junho de 2012

Reforma Ortográfica e o uso do Hífen

A nova ortografia facilitou escrever em português?

O engraçado é que, antes do Acordo, compostos que tinham caráter metafórico é que recebiam hifens. Era o caso, por exemplo, do doce conhecido por "pé de moleque", que, agora, é escrito assim, sem hifens. 

PtD: Profª Wilm@
EsToU: Mas com hífen ou sem hífen..o doce continua uma delícia...principalmente se degustado com uma molecada de alunos....rsrs amo vocês!
 

Uma pedra no meio do caminho: OU:

 

 Um HÍFEN no meio do caminho???!!


Uma epopeia pelas mudanças nos usos do hífen promovidas pelo Acordo Ortográfico


CRITÉRIOS EM XEQUE
Só para ter uma ideia do terreno movediço em que eu estava mergulhado, passou pela cabeça desistir da empreitada. Mas não poderia, é uma questão de honra domar terreno até então considerado neutro, a ortografia. Se ainda fossem questões sibilinas de sintaxe... Diante das informações contraditórias ou carentes de coerência, vi-me em meio a algo parecido com o samba do crioulo doido. A Academia Brasileira de Letras alardeou que as locuções deixariam de ter hífen, o qual, porém, seria mantido em casos de grande necessidade. Abro o novo Vocabulário Ortográfico de Língua Portuguesa e, quase a esmo, sem dar atenção à ordem alfabética, faço a seguinte compilação:
Por essa simples amostragem, feita sem planejamento algum, meio ao léu, já dá para perceber que o hífen é menos usado nas chamadas locuções, mas muitas delas ainda o usam. Inexplicavelmente. Vamos, pois, à análise!
"Cão-de-guarda" não é uma locução subs-tantiva? Por que, então, o hífen foi mantido no Volp? Fiquei sabendo que espécies animais e vegetais teriam hífen. "Cãode- guarda", um tipo de cão, se encaixa, pois, em tal regra. Mas, se eu disser de alguém que é um verdadeiro cão de guarda, suponho que, aí, os hifens não devam aparecer, por contraste com a forma hifenizada (esse segundo significado não é contemplado no Vocabulário Ortográfico). O engraçado é que, antes do Acordo, compostos que tinham caráter metafórico é que recebiam hifens. Era o caso, por exemplo, do doce conhecido por "pé de moleque", que, agora, é escrito assim, sem hifens. Ah, trata-se de olhar se a locução é ou não é uma espécie vegetal ou animal. Ah bom! Então é isso que se chama necessidade do hífen? Ter valor metafórico, pois, já não é critério para a hifenização, mas, sim, pertencer ao universo das plantas e dos animais. Haja vista "couve-flor", "ervilha- torta", "flor-de-lis" (não o emblema da casa real francesa), "tigre-dentes-de-sabre", "andorinha-do-mar", "formiga-branca".
E onde fica "cola-de-sapateiro"? Bom, é um tipo de orquídea, uma espécie vegetal (sabiam que, por causa da reforma, fiquei sabendo disso? Para alguma coisa o Acordo tinha mesmo de servir; ao menos pude ampliar meu vocabulário. Não sabia até então que "pão-de-leite" era também um tipo vegetal, como "cola-de-sapateiro" e "pão-do- -chile", e não apenas aquele pão que se vende em supermercados, embalado em plástico). Já a cola de sapateiro usada pelo sapateiro não deve, pelo raciocínio aduzido há pouco, ter hifens, nem, também, o pão conhecido como pão de leite. Deduções minhas porque isso não está dito em lugar nenhum.
No Vocabulário Ortográfico, não há nenhuma menção a uma locução muito usada: dona de casa. Até este momento, o Aurélio grafa "dona-de-casa", e o Houaiss, "dona de casa". Sempre achei melhor a forma como o segundo dicionário registra, porque, por falta de uma razão mais clara para o emprego do traço de união, esta é, pelo menos, a forma menos carregada visualmente. Acho que o hífen deveria limitar-se a ser um distintivo semântico ou morfológico, pois colocar ou tirar o tracinho implica não um gosto pessoal ou uma estética, mas uma necessidade de aclarar o sentido do termo, definir sua classe gramatical. As locuções substantivas, nesse caso, segundo penso, deveriam evitar o hífen, a não ser quando este tivesse valor distintivo, como ocorria, mas não ocorre mais, em "pé- -de-moleque", o doce, que, pela antiga grafia, se tornava diferente de "pé de moleque", pé mesmo, denotativo. Com a publicação do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, continuamos sem saber se "dona de casa" tem hífen ou não, porque nem sequer aparece em sua lista.
SEM ANALOGIA
Resolvi, para os meus testes, apelar para o critério "analogia". Eis que detecto na lista do Volp "dono da lei" e penso inicialmente ter achado a solução: "dona de casa", assim como "dono da lei", não tem hifens. Mas, logo em seguida, desisto desse critério, porque, sem que eu chegue a suspeitar a verdadeira razão, encontro "arco-da-velha" e "água-de-colônia", que têm hifens e não são espécies vegetais nem animais. Sendo assim, é possível que a "dona de casa" da minha preferência, sem os hifenzinhos apertando-lhe a cintura, seja mesmo, como quer o Aurélio, "dona-de-casa", com os hifens a arrochá-la toda, quase levando ao sufocamento.
Mais adiante surpreendo "pão de ló" e "pão de milho", apenas para aumentar minhas dúvidas. Logo mais, "pé de vento", sem hifens. E "pé-de-meia", com hifens. E já está valendo o valor metafórico do composto? Mas não serve para "pé de vento" nem para "pé de moleque"? E "água de coco"? É uma situação, convenhamos, capaz de deixar Kafka aturdido. Afinal, caíram ou não caíram os hifens das locuções, excetuados os exemplos tirados dos campos semânticos "plantas" e "animais"?
Acho que o hífen deveria limitar-se a ser um distintivo semântico ou morfológico, pois colocar ou tirar o tracinho implica não um gosto pessoal ou uma estética, mas uma necessidade de aclarar o sentido do termo, definir sua classe gramatical



Reprodução











Por que uma locução tem hifens e outra não os tem? Resumamos a mixórdia: "pão de ló", "pé-de-meia", "água de coco", "águade- colônia", "pé de vento", "arco-da-velha". Ao que eu saiba, nenhum desses exemplos se refere a planta ou a animal. Para ficar apenas com o substantivo simples água, por que "água-de-colônia" tem hífen e "água de coco" não tem? Por que "arco-da-velha" é assim e "arco e flecha" desse outro jeito? Da mesma forma, "pé-de-meia" tem hifens e "pé de vento" não tem. Não é operacional, como acabamos de ver, o critério analogia; nem, também, o critério valor metafórico. Que critério, afinal, poderia ser aplicado a tais distinções e, assim, dar mais segurança ao usuário da língua portuguesa na hora de escrever esses compostos? Como disse Brás Cubas sobre a comparação, esses critérios não prestam.
Passando para outro critério - um que acabou de ser inventado -, ficou dito que "paraquedas" e seus derivados ("paraquedista" e "paraquedismo") se escrevem, a partir de agora, assim, sem hífen, aglutinando-se seus elementos constituintes. Igualmente, "mandachuva", que não é mais "manda-chuva". Mas por que continuam com hífen "para-raios", "para-brisa", "para-lama" e "para-choque"? Alegam os acadêmicos que, em "paraquedas" e seus derivados, como também em "mandachuva", o falante de português já perdeu a noção de composição. E em "para-choque" e em "para-brisa" não? Que coisa mais vaga e subjetiva! Sinceramente, queria entender conceito tão sutil. Falta melhor explicação, maior aprofundamento linguístico. Parece que a pressa é realmente inimiga da perfeição e termina, no limite, por minar a paciência.

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