E ganha ponto na valorização do nosso país
Maior tenista da história do Brasil, Gustavo Kuerten chegou ao Rio Open nesta quarta-feira e vai ficar no local até domingo, quando entregará o troféu ao campeão do torneio da ATP. Em entrevista coletiva, Guga falou bastante de tênis, mas também não deixou de dar a sua opinião ao ser questionado sobre outros assuntos. Bastante articulado com as palavras, ele não fugiu das questões mais polêmicas, lamentou os problemas atuais do país e disparou contra a realização da Copa do Mundo-2014. Sobraram críticas para a Fifa e para o Governo brasileiro.
"Tenho um sentimento frustrante sobre a Copa. Acho legal ter uma Copa no país, pode parecer espetacular, mas vejo que infelizmente não se comprova se agradável. Não sei se a Fifa já viveu uma situação tão constrangedora como aqui no Brasil, e é bastante compreensível. Hoje muita gente não é a favor da Copa, essa é a realidade do país", afirmou o ex-número um do ranking mundial, que continuou.
"O que me deixa assim é essa diferença de tratamento com o povo, e olha que sou fanático por esporte, Olimpíada, mas acho que isso não vale mais do que toda a nossa nação. Acho que é uma parceria, o Brasil escolheu sediar, mas eles também quiseram fazer os eventos aqui. A Fifa, o COI (Comitê Olímpico Internacional) vêm aqui e só querem as coisa feitas, depois saem daqui e não deixam nada para o Brasil. Acho que isso não é fair plar, pelo contrário, acho que o esporte ensina isso. As coisas precisam ser discutidas com mais clareza, colocar na mesa. Porque o brasileiro sai na rua e toma um banho de falta de respeito em qualquer serviço público, percebo isso no dia a dia. Hoje acho inadmissível com a atual situação do Brasil, chegou o ponto de o povo não aceitar mais esse tipo de tratamento".
Tricampeão de Roland Garros, em 1997, 2000 e 2001, Kuerten ainda citou exemplos práticos de situações de falta de respeito com o povo brasileiro em benefício de dirigentes ou entidades que organizam o Mundial de futebol. O ex-tenista falou sobre o Workshop da Fifa que está contecendo esta semana em Florianópolis, sua cidade natal.
"Eles estão la em Floripa agora e param todo o trânsito da cidade para a Fifa passar. Mas no dia a dia normal o povo tem que pegar esse trânsito, então não é certo", explicou.
"Tomara que os caras fiquem para sempre lá em Floripa, porque nunca vi tanto segurança na vida. Essa distância entre a nossa realidade e o que vai acontecer em dois meses na Copa é o que me deixa abismado".
Apesar das críticas fortes, Guga recomendou aos estrangeiros que venham ao Brasil para assistir à Copa nos estádios. O catarinense entende que os problemas são uma realidade frequente do país e que afeta diretamente os próprios brasileiros, mas que durante a festa esportivas as falhas podem ser minimizadas.
"Acho que vergonha o Brasil não passa, o que pode acontecer é vir à tona a realidade. A gente sofre de dificuldades desde o básico, a Copa do Mundo é um evento que vai demorar dois meses, tem um potencial de contagiar as pessoas de forma espetacular, mas vai terminar. Não consigo enxergar grandes benefícios para o Brasil, além de um investimento pontual maior por alguns anos. O Brasil é um pais incrível, ainda mais para os estrangeiros, vão adorar, acho que para a gente que vai ser ruim. Vai ficar essa expectatvas de mudança, que vai melhroar, e não é essa a realidade. A gente esta vendo os aeroportos que não ficam prontos. O Governo assume compromissos com o povo de maneira geral, e na grande maioria das vezes não cumpre. Aí assume compromissos com a Fifa e faz um esforço sobre-humano para cumprir, isso causa indignação", disse o ex-tenista.
Gustavo Kuerten ainda adotou um tom mais ameno quando foi questionado sobre a realização da Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro, mas demonstrou preocupação com o atraso nas obras e a falta de legado para a cidade. Vale lembrar que Guga integrou a comitiva brasileira que foi a Copenhage, na Dinamarca, em 2009, para o anúncio da sede dos Jogos. Mês passado, ele também criticou o Governo do Rio pela falta de pagamento de parte do cachê ao sérvio Novak Djokovic, que disputou uma exibição com o brasileiro em 2012.
"Acho que a Olimpíada tem um papel mais transformador, principalmente para a cidade, tem a oportunidade de deixar um legado maior. Mas sempre vai depender do poder público para realizar essas façanhas. Já se passou muito tempo, deixou de se aproveitar algumas coisas. Mas acho que para o Rio vai ser favorável, vejo muitas obras na cidade. Se isso for bom para uma transformação melhor para todos, acho que vai ser positivo", encerrou Guga.
"Acho que a Olimpíada tem um papel mais transformador, principalmente para a cidade, tem a oportunidade de deixar um legado maior. Mas sempre vai depender do poder público para realizar essas façanhas. Já se passou muito tempo, deixou de se aproveitar algumas coisas. Mas acho que para o Rio vai ser favorável, vejo muitas obras na cidade. Se isso for bom para uma transformação melhor para todos, acho que vai ser positivo", encerrou Guga.
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Fonte: SPN Brasil
pTd: Profª Wilm@
eStOu: dinheiro público também é meu!
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