oLhA a HoRa!!!

Quem sou eu

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¯`*·.¸¸♥ღ°Quem é essa que me olha de tão longe, com olhos que foram meus?(Retrato antigo - Helena Kolody) ¯`*·.¸¸♥ღ° Quem é essa que me vê do lado de lá quando eu dela preciso cá? Quem é essa que está em mim e eu nela em hora sem fim? Quem é essa, quem sou eu?De tanta pressa o vento a levou...Fiquei eu Olho no olho O meu no seu Num retrato antigo Num estar comigo Num olhar só meu. (Janice Persuhn)¯`*·.¸¸♥ღ° De retralho em retalho tiram pedaços de mim de espaço a espaço costuram os vazios de mim de palavra a palavra descobrem eu sou mesmo assim. (Autópsia) ¯`*·.¸¸♥

PrOfeSsOrA WiLma NuNeS RaNgEl

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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Acho que não tenho tudo isso de idade


Não lembro de ter ganhado toda essa 

quantidade de presentes no Natal!


Esse título do post, ilustra bem o que sinto quando me perguntam quantos anos você está fazendo Wilma??
Respondo com meu interior de moleca indignada!
- Algumas décadas!!!

Fazer aniversário é maravilhoso, em tempos de Redes Sociais então!!! Tudo vira emoção das lágrimas escorrerem... Tinha uma pessoa que me ligava toda manhã do meu niver para me cumprimentar...Manhã que digo é 06 horas da manhã mesmooooo! Mas não era qualquer pessoa...era alguém que fez par com outro alguém... e esse casal podem me abençoar, era isso que ela...minha mãe Senhorinha me acordava em todos os meus aniversários...isso sim tem o número real da minha história...

Mesmo assim...não me sinto com ela...mas me sinto muito sem esse acordar...nos últimos três anos, ando acordando 05 horas da matina...e fico olhando o telefone obsoleto da linha telefônica...

Há quanta saudade daquele acordar desesperado e ao fundo: _ ALÔ!!! Fia??? ....

Aniversário na verdade é SER... Wilma Nunes Rangel 23/09/15

Aniversário - LUIS FERNANDO VERÍSSIMO

O GLOBO - 30/09

Eu sabia que esse negócio de fazer aniversário todos os anos iria dar nisso: acabei envelhecendo. Às vezes me pego pensando no que vou ser quando crescer e me dou conta de como minhas opções diminuíram. Não tenho mais idade para ser nada. Só me animo quando vejo uma lista de prováveis candidatos a sucessor do papa. A idade média deles é 70. Ser papa é uma das poucas coisas a que eu ainda posso, realisticamente, aspirar. Mas minha única  credencial para o cargo é a idade. Não sou cardeal, não sou nem praticante. Devo ter deixado minha fé no bolso da fatiota azul, de calças curtas, com que fiz minha primeira comunhão. E a única coisa de que me lembro do evento, além da fatiota (e da gravata prateada!), não é a emoção de receber a hóstia e o rito eucarístico, são os doces que tinha em casa, depois. Acho que foi ali que fiz a minha opção preferencial pela perdição.

Invejo quem tem fé, mas não posso deixar de pensar que a minha religião particular, uma espécie de panteísmo urbano (devoção por pastéis e boas livrarias e a crença de que há um deus, sim: o deus do oboé, que além de ser um instrumento divino é o que afina todos os outros), é a única sensata, em meio ao que não deixa de ser – se bem examinada – uma crise mundial do monoteísmo.

Bons tempos em que, em vez de não ter mais idade, nós ainda não tínhamos idade. E sonhávamos com tudo o que viria, quando tivéssemos. Entrar em filme proibido até 14 anos. Beber e fumar. (O importante não era a bebida e o cigarro, era a pose que se fazia bebendo e fumando. Ficar adulto era adquirir a pose). Beijar como beijavam nos filmes – pelo menos nos proibidos até 14, já que nos proibidos até 18 ninguém sabia o que acontecia. Ficar acordado até mais tarde. Ganhar a chave da casa. Dirigir carro. Usar bigode.

Ainda não ter idade era ficar pinoteando no partidor, indócil, como um cavalo esperando a largada. Não ter mais idade é ficar com essa impressão que até um ato de revolta por tudo que não fizemos quando tínhamos idade e agora não dá mais, não seria, assim, apropriado para a nossa idade.

Chama-se vida essa lenta transformação da frase, de ainda não ter idade para não ter mais idade. Ou de poder ser, teoricamente, tudo o que se sonhasse, a poder ser, teoricamente, só papa. E por pouco tempo. 


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