"A charge é multifocal. Ela é elemento motivador de leitura. Acredito que a charge faz esse elo entre o humor e reflexão", observa a professora de Língua Portuguesa, Arlete Ferreira de Morais André. Com o tema Ensino e Aprendizagem de Leitura: Trabalhando a Charge como Elemento Motivador de Leituras Reflexivas Multidisciplinares, a profa. Arlete desenvolveu um Projeto de Intervenção para ser aplicado, através do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), desenvolvido pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC)
O PDE prevê várias ações que visam identificar e solucionar os problemas que afetam a educação brasileira. Assim, Arlete vai aplicar seu objeto de estudo- a charge-, a partir do dia 11 de agosto, nos alunos do 1º ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Almirante Tamandaré, em Foz do Iguaçu (PR). "É justamente nessas turmas iniciais que se percebe a dificuldade de entendimento e compreensão, por parte dos alunos ao tomarem contato com textos reflexivos, de temas e disciplinas variadas. É nesse contexto que a charge pode ser usada como recurso provedor de humor, lazer, reflexão e aproximação de leituras mais complexas" .
Para tanto, a professora traz como referência em seu projeto educacional as charges do jornalista e cartunista Heitor Fernandez- também diretor do Jornal Primeira Linha, além de indicar ‘links’ para outros chargistas. "Acompanho o trabalho do Heitor há algum tempo, ele é muito versátil, tem um senso crítico apurado. A intenção é estimular a leitura. A língua portuguesa é o eixo norteador. A ideia é trabalhar temas e assuntos reflexivos interdisciplinares, especificamente nas disciplinas de Português, Biologia e História, utilizando o gênero charge como elemento motivador e integrador - a ponte entre leitura-lazer-reflexão",explica a profa. Arlete.
Do traço ao texto
O material didático que a professora sugere em seu PDE inclui um CD no qual apresenta a história da Charge no mundo; tipos de charge, bibliografia do chargista Heitor Fernandez; interpretando a charge; a contextualização – formação do Estado (história) e educação ambiental.
Também faz parte do programa, inclusive é ponto de partida, um questionário que deve ser respondido pelos alunos, no qual aborda questões pertinentes aos hábitos de leitura de cada estudante.
"Das folhas de jornal, a charge ganhou espaço e, além de desenho estático, na mídia ela chega como ‘charge animada’, abrangendo temas distintos que vão desde a política, passando pelo esporte, arte e até situações corriqueiras do cotidiano". O texto chargístico é polifônico", justifica Arlete.
O projeto será aplicado até novembro, não só aos alunos do colégio Almirante Tamandaré, mas pode se estender aos estudantes do bairro Vila Yolanda e localidades próximas, constituindo um grupo de homogêneo. A partir do resultado, a professora Arlete vai desenvolver um Artigo Científico. "Minha expectativa é de que na aplicação do projeto seja comprovado que a charge estimula a leitura. Mas caso, não surta o resultado que espero aí também tenho que apontar as falhas para um aproxima oportunidade aprimorar , porque o trabalho do professor é esse: erros e acertos", pondera.
Por volta dos sete anos de idade Heitor Fernandez descobriu a arte do traço. Na cidade de Curitiba ele desenhava com caco de tijolo no asfalto. Na escola desenhava professores e colegas, o que por muitas vezes lhe rendeu reprimendas dos professores. ‘Foi uma honra ser lembrado e ser alvo desse trabalho de educação tão importante. Desenho desde pequeno e incentivo a todos que descubram o ‘traço’, pois ele é como uma digital, único’.
Mais do que um desenho, a charge é uma crítica político-social em que o artista expressa sua visão sobre determinadas situações através do humor. E nesse contexto, o programa da professora Arlete leva de forma leve e interessante o prazer da leitura para a sala de aula.
O material pedagógico estará disponível no portal educacional do Governo do Estado do Paraná, através do enderço: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br
O projeto entra no sistema SACIR, o qual será discutido por outros professores que particiapam do Grupo de Trabalho em Rede, que faz parte do Ministério da Educação e Cultura.
Fonte: Rossana Schmitz
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