Dom de confortar

Estou observando as pessoas nos últimos tempos sobre um outro olhar. A capacidade ou não das pessoas confortarem os outros.

Alguns têm um talento inato para confortar. Seja através de palavras, pequenos gestos ou acompanhar você em seu tempo de angústia e simplesmente ouvir.

Realmente são pessoas preciosas e que, em muitos momentos, valem mais do que um balde atolado de cerveja gelada, ou taças e taças de vinho...

Mas percebi que algumas pessoas não têm esse talento para acalentar o coração alheio, ou absolutamente nenhum interesse em fazê-lo.

Acredito que dependendo do grau de experiências que uma pessoa teve na vida, e a intensidade dos sentimentos experimentados, maior a capacidade de compreensão e acolhimento do sofrimento alheio.

É triste perceber que pessoas queridas não têm nenhuma capacidade de lhe dar calor e conforto, porque simplesmente tem uma vida emocional simples, diria até simplória.

Talvez por opção, talvez por frieza, talvez porque a vida não lhes testou o lado emocional, não lhes deu grandes desafios, pelo menos não os mesmos que passaram pela sua vida.

Aí acho que percebemos quem são as pessoas com as quais temos reais afinidades e aquelas com as quais talvez nunca consigamos nos sentir próximos de verdade.

Mas no fundo o sentimento que fica em mim é o de que algumas pessoas são egoístas mesmo e não se interessam pelas mazelas humanas alheias. Não têm vontade de doar um pouco de si, de suas descobertas para os outros. Não compartilham.

Mas tenho certeza que, se um dia a vida lhes colocar a prova, correrão para pedir ajuda. E como irão precisar dela.

É a vida ...

Escolhi o caminho mais difícil mesmo: o de sentir.

Mas sou muito feliz por isso, porque quando estou feliz, minha alegria é tão intensa e real que quase posso tocar. E esses momentos valem muito.

Minha tristeza também.

É a vida...

(...) Meu querido, meu velho, meu amigo sua vida cheia de histórias e essas rugas marcadas pelo tempo, lembranças de antigas vitórias ou lágrimas choradas, ao vento... Sua voz macia me acalma e me diz muito mais do que eu digo me calando fundo na alma. Meu querido, meu velho, meu amigo seu passado vive presente nas experiências contidas nesse coração, consciente da beleza das coisas da vida. Seu sorriso franco me anima, seu conselho certo me ensina. (...)

(Roberto Carlos)

Ptd: wnr
EsToU: no dom da tristeza...